No projeto dança-teatro o grupo Tatá Dança Simões se coloca de uma forma bem particular com a obra, irei focar a relação da bailarina Gessi, pois ela já havia me reatado a experiência com o preconceito quando criança, ela tem um envolvimento muito forte no trabalho.
Gessi criou uma partitura orgânica em sua dança, e a coordenadora Maria Falkembach, coreografa da obra, com a sensibilidade de lapidar as experimentações da bailarina, colocou-as no contexto atual, e os sentimentos que a participante sentia quando criança na escola, por causa de sua cor e seu cabelo, tendo que ficar escondida.
Acompanhei o grupo em Piratini, e junto com o pessoal, eu me detive a observar a Gessi em sua concentração e o nervosismo anterior a entrada na cena. O ritual que se instaura no preparo antes da cena, onde ela faz a defumação, tem toda uma carga de emoção e intimidade com o conto do negrinho do pastoreio. Ela brinca e comenta que o próprio negrinho entra e cena e apaga a vela. Vejo a força de símbolos presente em suas imagens em cada quadro.
A identificação de alguns espetadores com relação ao preconceito para mim foi muito importante, pois relataram que ainda havia esse preconceito na própria cidade, e o quanto foi emocionante para a população ter uma visão critica sobre o assunto ali abordado de forma poética, vendo também, um forte trabalho de grupo.
Post por Tatiana Duarte
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