sábado, 14 de junho de 2014

O risco e a Cena - Obras de Arte

Já havia tido a experiência do risco em cena. Mas a experiência da III Mostra Artística do DCE UFPel foi um pouco diferente. Posso dizer que existe uma associação entre estas duas palavras, mas acredito que não mais sendo uma causa da outra. 
Era dia ainda e estávamos arrumando nossos equipamentos para levar até o DCE. Nada muito incomum, já que sempre trabalhamos em grupo. 
Mas desde o momento em que cheguei ao Núcleo de Teatro para arrumar os últimos detalhes, conversar um pouco mais sobre nossa performance e definir algumas outras tarefas para cada um, já havia uma certa "agitação" de minha parte para o acontecimento daquela noite. 
Talvez fosse por medo, uma insegurança (que já sabíamos que faria parte), uma preocupação com o figurino, com o espaço, com quem estaria lá, bom coisas que acredito que sempre tenho antes de alguma apresentação. 
Está ai, "apresentação", não era bem isso que iríamos fazer no DCE, o nosso objetivo principal era "sermos naturais" (mesmo que nosso figurino não ajudasse para que isso acontecesse", então era essa nossa missão. 
Como disse, não era bem uma apresentação, porém, a partir do momento que chegamos ao local, causamos um impacto no espaço (e sabíamos que isso aconteceria), e daí vem o meu título "O Risco e a Cena". Agora eu explico.


Ao entramos em contato com o espaço, com o público e até entre nós, uma outra situação foi criada, já não éramos simplesmente Joanderson, Juliano e Tatiana, nos tornávamos Invólucros em meio a multidão e dispostos ao Risco e naquele momento, sendo a Cena. 
Não havia como ser "natural", imperceptível ou até mesmo observadores. Ao entrarmos no espaço, nos assumimos obras de arte, prontas para serem observadas, prontas para serem criticadas, prontas para receber a interação do público, prontas para serem, a Cena. E era nesse momento, o mesmo momento em que nos tornávamos a obra de arte que assumíamos o Risco. 


O risco de aceitar o público nos modificando a cada momentos com suas interações, com seus jogos, com seus bloqueios (e nos fazemos criar soluções par o momento), com questionamentos e alguns por vezes se sentindo incomodados com nossa presença ou tomando para si o incomodo de figurino, fazendo questionamentos como por exemplo, "como que se respira ai coisa verde?", "como conseguir esse corpo?", "como tu enxerga nisso ai?", entre outros que fizeram com que eu não me acomodasse na posição de "obra de arte", estando sempre atento para o que pudesse ser modificado em mim, no público ou no espaço. 


Desta vez, o Risco e a Cena se tornaram elementos de impulso para que nós nos transformássemos "Obras de Arte"

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