segunda-feira, 14 de maio de 2012

Trocação de Histórias no Quadro "Nem Te Conto"


Eu e o Juliano B. Gass
Duas cadeiras roxas, uma placa dizendo "TROCO MINHA A HISTÓRIA PELA SUA", câmera pronta no tripé, uma cesta de biscoitos, os biscoitos, chimarrão, e, o principal, as tão esperadas histórias das diferentes pessoas que encontrássemos aquela manhã pela Praça Coronel Pedro Osório! Esse foi o primeiro cenário da estreia experimental para o quadro NEM TE CONTO, do Boca de Cena, para o qual estávamos desde o ano passado almejando dar início.

A Proposta

Tatiana Duarte trocando história
Nossa proposta com este trabalho de aproximação com a comunidade tem a ver com "(...) documentar histórias de pessoas cotidianas, fazendo disso um objeto de pesquisa para personagens e para o teatro. A idéia é pegar pessoas reais e com suas histórias, acrescentar possibilidades de interpretação, e enriquecer conhecimentos e percepções." (Aba "Projetos" - do blog). Porém, a gente entendeu, antes de partir pra prática, que apenas escutar e receber não nos bastaria. Sentimos a necessidade de ir mais além, trocar essas histórias, vivências, experiências, como se trocam figurinhas. Assim, oferecíamos uma história nossa primeiramente, e, após, escutávamos a que a pessoa tinha para nos contar. As vezes a ordem era contrária: ouvíamos e contávamos depois a nossa. Eram histórias de acontecimentos, algo engraçado ou não, algo que marcou a vida ou mais simples que isso.

A Câmera e a entrega

Objetos "de cena" montados pela Tatiana Duarte
Infelizmente, as pessoas que conversei e pude trocar uma história, não quiseram se aproximar muito da câmera, mas compartilharam sua história comigo assim mesmo. Histórias sempre interessantes. Sim, esse trabalho não foi feito só em frente a câmera: a Alexanda Dias (nossa coordenadora) sugeriu que fôssemos buscando essa aproximação das pessoas que estivessem ali pela praça mesmo. E foi o que fiz: procurei alguém que estivesse sentado num banco, sentei ao lado, puxei papo, e convidei a trocar história comigo. Fluiu muito bem, foi um exercício ótimo pra mim, não só enquanto ator, mas enquanto pessoa do cotidiano. As vezes, como ator, a gente está a procura de uma história, uma inspiração, um timbre vocal diferente, um clique que possa nos fazer apropriar-se disso. O Nem Te Conto está nos enriquecendo nesse aspecto, não só por permitir várias possibilidades teatrais através das histórias únicas que cada pessoa conta, mas muito também por exercitar essa aproximação de dar e receber, assim, tão perto e diretamente com o espectador.


Lumilan Noda Vieira

3 comentários:

  1. muito legal lumi, adorei o teu relato. bjs kaya

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  2. Boca de Cenaaaa !!! mais um quadro que ganha vida. Parabéns! Deve estar sendo uma experiência enriquecedora!

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  3. Que divina comédia!!! Parabéns

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