sábado, 25 de outubro de 2014

OFICINA COM MICHELLE OUTRAM "A PERFORMANCE A PARTIR DE MATERIAIS CULTURAIS"


A oficina irá possibilitar a exploração do uso de materiais culturais na performance. Os participantes irão trabalhar em estreita colaboração com Michelle e em pequenos grupos para explorar métodos de estratificação dos conteúdos que trouxerem para a performance. Será criado um trabalho multidisciplinar com demonstrações curtas que serão compartilhadas entre os participantes, explorando uma variedade de modos de presença, as relações espaciais entre o performer e público, explorando nossa percepção sobre conteúdos culturais.
imagem de Lumilan Noda 

Michelle desenvolve um trabalho combinando dança / movimento, som, instalação e projeção de vídeo. Ela é licenciada em Estudos da Performance pela Universidade de Sydney e foi professora na Edith Cowan University, na Austrália. É radicada em Londres, onde desenvolve a maioria dos seus trabalhos artísticos.
Atividades:
Carla Vendramim: Então a primeira tarefa é escolher um material o qual possa fazer parte da sua trajetória ou cultura pessoal. Em termos de materiais, pode ser um vídeo, um objeto, um texto… enfim… pense em algo que faz sentido para vc.
Dia 03/10/2014
No encontro só tinha mulheres Michelle só falava em inglês e para mim a dificuldade de entender e me expressar começou quando a Carla me falou que ela só falar em inglês, mas Carla me acalmou dizendo que ela iria me traduzir. Ficamos em roda no sentadas no chão e conversamos sobre os objeto, e sua importância para cada uma, Carla falou de sua avó e levou  um terço que a vó tinha feito com pedras e a cruz quebrada, para ela a cruz quebrada tirava o peso da religião, Ana levou um poema que remetia a Medeia, Nury levou duas bonecas construídas por mulheres de uma instituição de manicômio, eu levei dois objetos um brinco da minha vó e um vídeo que fiz no verão, deste mesmo ano em uma visita, descrevi para o grupo a dificuldade em achar meu objeto e que minha escolha do brinco e do vídeo foi porque estava em um processo de criação que ela era parte e já queria fazer conexões com os objeto que remetessem minha vó.  
Michelle nós falou sobre a importância do objeto e que ele diz muita coisa e que o performer serviria de suporte para o acontecimento neste caso de integrar ao objeto no ato performático.
Com isso terminou o encontro e ficando expectativa do que viria no dia seguinte já combinamos de ficamos juntas até no horário do almoço e decidimos fazer um piquenique para nos entrosar mais e compartilhar as experiências.
04/10/2014
Pensamento que vieram a tona neste dia “ Eu sou a minha bagagem cultural, passando por tudo que já trilhei, as viagens os encontros e desencontros, tudo.
Michelle –Porque trabalhar com alguma coisa?
-O performer não ser o elemento central
-Que discurso faz sentindo hoje?
-Como a performance pode dar apoio ao material?
-Porque o objeto fala por ele mesmo?
-Como contar uma história através do objeto sem que a pessoa esteja lá?
-Conectar com o público ao material, a performance do corpo presente. O performer fala com o público assim como eu estou falando com vocês a partir do abstrato, como se fosse múltiplas visões sobre a mesma ação. A performance é quando o espectador é atingido pelas impressões e com isso faz o próprio significa e identifica então com o material proposto pelo o performer.
Ela comenta que fez uma performance com várias projeções com material histórico, em uma sala e que ela tocava violão selo.
O material é o elemento principal desta descoberta performática, é a linha condutora que costura camadas de sentindo.
Como chegar na performance partindo do objeto:
Eu e Carla compartilhamos as relações sobre os objetos que levamos eu o brinco e ela o colar, nós estávamos reproduzindo em símbolos nossas avós e alguma de suas características em colocar em cena o objeto e deixando que ele conte por si só sua trajetória.
Contem para a Carla sobre os segredos de minha família e que alguns não eram revelados e que o objeto me remetia a lagrimas que a primeira imagem foi em colocar ele na boca, que representava segredos não ditos.
Carla experimento na boca para agente ver como ficaria plasticamente imagem, e ela foi me ajudando a construir minha imagem aos poucos e conversando sobre a experiência.
Ficamos um pouco expondo nossas histórias e até que Michelle veio para saber se agente já teria afinado nossa percepção sobre o objeto. Com isso falamos as imagens que nos veio, e ela sugeri-o foto dos brincos que eles fossem de alguma forma para a boca de Carla que me ajudou a estar em cena compartilhando a performance.
Michelle tirou 3 fotos e compilou em um programa para que ficasse em looping e com essa imagem eu projetava nos olhos da Carla passava para o rosto dela até chegar na boca dela. Que simbolizava as coisa não ditas da família.
Partindo disto eu fiquei na sala escura com a projeção e comecei a investigar as possibilidades que a projeção e o objeto podiam me proporcionar em corpo e movimento, Michelle pediu que eu não tivesse movimento expandido, era tudo interno que pequeno.
A projeção de minha emoções, a respiração profunda o pé que mexer partindo disto, as mãos que se encolhem, o sorriso a secura da garganta minha salivação viscosa e seca que lentamente descia pela garganta, era difícil de engolir, todas esses movimento partindo de dentro para fora em pequenos e intensos movimentos que partiram da projeção, onde eu estou posicionada ao lado, ou na frente.
As interferências das imagens vieram a partir da projeção que deixou ecos em mim de pequenos movimentos. Eu me coloquei no meio da projeção para interferir com meu corpo na projeção e submergir dentro dela.
Porque escolhi esse objeto e este vídeo?
O que eu queria escutar?
Que segredos eram esses que ninguém tinha escutado?
Quais eram os desejos que estavam ali naquela escolha?
O corpo que puxa para baixo e para os lados eram como um estilhaçar do corpo em várias direções e que roupe com as coisas que tinham que sair que ficaram escondidas no dna.

Experimentei a projeção, eu na lateral da projeção, uma planta no meio das pernas, os cabelos no rosto, deixando-me levar pelos movimentos contidos enfatizando os segredos.

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