quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

"Não Me Toque Estou Cheia de Lágrimas"

Na noite desta terça-feira na Bibliotheca Municipal de Pelotas, foi apresentado o trabalho de dança contemporânea "Não me toque estou cheia de lágrimas". Concepção e direção coreográfica: Maria Waleska Van Helde. Direção cênica: João de Ricardo. Bailarina/Interprete: Fabiane Severo.


O espetáculo construído para ser realizado em bibliotecas, é uma obra coreográfica baseada na personalidade de Clarice Lispector, que traz para a cena sensações que atingem diretamente o espectador. Onde passando pelo nascimento de Clarice, sua infância e quando adulta, pode através de sua expressão corporal suscitar no publico uma série de sentimentos que levou a refletir sobre a obra da autora.

O trabalho chega ao final deixando no espectador um despertar para uma busca das obras da autora, transmitindo ao mesmo tempo o prazer da bailarina em estar envolvida no processo.


Em alguns momentos do espetáculo a energia trazida pela a bailarina remetia uma tensão e ao mesmo tempo uma descoberta de um novo mundo, um novo momento, um nascimento de si dentro de uma arte criada a partir de seu cotidiano, com suas dores, alegrias e conflitos.
Pude perceber a audácia do espetáculo em tocar nas obras de Clarice Lispector, um desejo grande em construir o mesmo, em realizar novas descobertas sobre a autora e explorar de forma pessoal os textos e momentos de Clarice. O espetáculo de forma concreta me levou a perceber a necessidade de Clarice em produzir, em ser presente com sua obra e mais do que tudo em ser eterna com seus escritos.

Entrevista parcialmente no espetáculo "Não me toque estou cheia de Lágrimas"

"“Não me toque estou cheia de lágrimas” é uma obra coreográfica baseada na personalidade de Clarice Lispector, escritora nascida na Ucrânia e considerada brasileira pelo público e pela sua própria declaração. A estrangeiridade de sua prosa, a singularidade dos seus livros e os movimentos que ela executou na vida desde o nascimento até a morte provoca a concepção desta obra solo que enfatiza a perturbação e inquietação desta mulher paradoxal, sombria e corajosa. Sua intimidade com as palavras refletiu a necessidade de se expressar em uma moldura gestual, ora sofisticada ora impregnada de mágoas e reflexões sobre a vida. “Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania, depende de quando e como você me vê passar.” Clarice Lispector. O espetáculo é constituído de três cenas: o nascimento de Clarice, a infância de Clarice e Clarice adulta."

http://www.ecult.com.br

Post Por Joanderson Floriano

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