segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Théâtre du Soleil: diluindo fronteiras entre teatro e cinema

Ariane Mnouchkine
Enquanto a encenadora francesa do consagrado Thêàtre du Soleil propõe, nas suas encenações, um diálogo aproximado entre cinema e teatro - tanto nas peças como nos filmes que produz - nós, do projeto Boca de Cena, pesquisamos formas de estabelecer uma relação que também aproxime essas duas linguagens, seja por intermédio de performances, vídeos, ou do próprio teatro mesmo. Tendo em vista isso é que resolvi criar esse post, também aproveitando que foi sobre Ariane Mnouchkine a apresentação do meu seminário na disciplina Encenação Teatral II.

Théâtre du Soleil é uma companhia francesa importante, possuidora de um trabalho peculiar e muito interessante, e que tem por fundadora esta genial diretora que acabei de citar e que venho, aos poucos, sabendo mais a respeito. 

O Cooperativismo da Companhia

O grupo trabalha no sistema de cooperativa, isto é, eles recebem a mesma quantia em dinheiro, todos os meses. Além disso os responsáveis pelas montagens de cenário, organização do palco e do material cenográfico também são os atores, ninguém está ali única e exclusivamente para atuar. Além disso, o grupo trabalha com processo colaborativo, aonde todos os integrantes (e não apenas os atores) contribuem para as construções dos espetáculos.


                                                 O Grupo Rompe Com o Fazer Teatral Tradicional
 
Les Naufragés Du Fol Espoir
Ariane Mnouchkine propõe um teatro diferente: o grupo monta tendas especialmente para suas apresentações e em suas montagens, antes do iníciar do espetáculo mas com os artistas já posicionados,  a concentração dos artistas é testada assim mesmo diante do público. Um exemplo é que em uma das apresentações, antes de iniciar o espetáculo, Mnouchkine perguntou de longe a um dos atores: "Quem é você e o que está fazendo aí?"; as respostas do ator foram todas sem desconstruir a personagem, o que acaba trabalhando a concentração dos atores e provocando a descontração da plateia, da companhia e da própria Ariane antes de começar o espetáculo.

   Os Espetáculos Lembram a Linguagem do Cinema

Les Éphémères
Uma das características fortes evidentes em montagens do T. du Soleil é a relação teatro-cinema que propõe, por exemplo, na peça que esteve em curta temporada no Brasil recentemente: Les Naufragés Du Fol Espoir. Essa peça inicia com os personagens como se estivessem gravando um filme, o que acaba deixando o público a par de muitos efeitos especiais reais utilizados na gravação de filmes (Foto acima). Em Les Éphémères os espaços de atuação se deslocam e giram, dando a impressão que equivale a uma câmera de cinema, quando gira em     torno de algo e mostra diversos ângulos possíveis de uma mesma cena (Foto 2, à esquerda).

A Linguagem Teatral é Expressa nos Filmes
Em Molière, direção de Ariane Mnouchkine, os atores utilizam de técnicas do teatro para deslocarem-se. Link do vídeo: http://youtu.be/mIpoWXVAWEU 

A Linguagem Cinematográfica é Expressa no Teatro
Trechos de Les Naufragés Du Fol Espoir :


O grupo também tem site. O endereço é http://www.theatre-du-soleil.fr/

Postado por Lumilan Noda

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